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Ídolo do Cruzeiro, Montillo se despede do futebol: "Fiz tudo para tentar voltar"


Montillo concedeu entrevista emocionado na tarde desta quinta e anunciou aposentadoria

O torcedor do Cruzeiro recorda com carinho as cavalgadas de Montillo a cada gol marcado. A celebração virou uma marca do argentino em Belo Horizonte. Foi o auge da carreira dele, de 2010 a 2012. Mas a alegria de Montillo, pelo menos no que diz respeito ao futebol, ficou no passado. As lesões – cinco só em 2017 – foram danosas e mais rápidas que o galope do cavalo do jogador. Aliás, ex-jogador. Walter Damián Montillo, de 33 anos, anunciou a sua aposentaria do futebol nesta quinta-feira, em coletiva no Rio de Janeiro.  

Os últimos meses não foram fáceis para Montillo. Contratado como grande nome do Botafogo no início do ano, o argentino fez apenas 17 jogos. Ficou muito tempo afastado por causa das contusões. Chegou a ser criticado por torcedores nas redes sociais por estar “roubando o time”. Propôs ao clube ficar sem receber enquanto estivesse no departamento médico. O Botafogo não aceitou. Chateado com seu rendimento e com os problemas médicos, tomou a dolorosa decisão de parar de jogar.



Muita emoção na despedida de Montillo do futebol 


Montillo foi às lágrimas ao anunciar fim da carreira aos 33 anos de idade. Famílias esteve presente na entrevista de despedida.


No anúncio da aposentadoria, Montillo se emocionou: "Agradeço a compreensão da diretoria, da comissão técnica, dos jogadores, foi uma passagem muito rápida no Botafogo, mas fui muito feliz fora do campo e no momento que fiquei no campo também. Cinco vezes machucado, nunca aconteceu isso comigo, e o clube esteve sempre ao meu lado. A fisioterapia fez um trabalho magnífico comigo, a comissão técnica também. Todo mundo foi muito profissional. Infelizmente meu corpo começou a avisar que não ficaria 100%", afirmou o agora ex-atleta.


“Tentei, falei ontem com o técnico Jair Ventura: 'Eu fiz tudo para tentar voltar e ajudar, mas não consegui'. A genética, o meu físico, não suportaram. Não tinha como eu fazer mais do que eu já estava fazendo. Fazia três sessões de recuperação em casa e não deu. Então, não dá mais. Está na hora de abrir espaço para os garotos”, acrescentou.




A trajetória de Montillo com a camisa do Cruzeiro 



Chegada de Montillo arrastou centenas de torcedores cruzeirenses ao aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte


Montillo tem que ser exaltado pela sua passagem no Cruzeiro. É o terceiro maior artilheiro estrangeiro do clube, atrás do boliviano Marcelo Moreno (45 gols) e do espanhol Fernando Carazo (44). Marcou 36 gols em 122 jogos. Também deu 36 assistências jogando pelo clube estrelado. E foi além: participou diretamente de gols da equipe em 60% dos jogos em que atuou, seja como garçom, seja como artilheiro. 

O argentino chamou a atenção do Cruzeiro quando atuava na Universidad de Chile. Na Copa Libertadores de 2010, Montillo foi um dos líderes do time chileno, que chegou às semifinais do torneio sul-americano. Naquele ano, La U eliminou o Flamengo nas quartas de final com grande atuação do meia. Montillo marcou um golaço no jogo no Chile. Ele driblou um defensor na lateral direita do campo, trouxe a bola para o meio e, quando chegou próximo à entrada da área, deu uma cavadinha e encobriu o goleiro Bruno.


 


Em 2010, o Cruzeiro vivia o dilema de trazer Riquelme ou outro meia. Montillo foi uma aposta acertada. O clube mineiro comprou o armador por US$ 3,5 milhões (R$ 6,2 milhões) por 100% dos direitos econômicos. Montillo assinou contrato por cinco anos. Ele chegou em julho à Toca da Raposa. Adaptou-se em pouco tempo. Em 23 jogos no primeiro ano, marcou 7 gols.


A temporada seguinte foi a melhor dele com a camisa celeste. E o Cruzeiro estava voando. Era o Barcelona das Américas, como apelidou o técnico Diego Aguirre, então no Peñarol. Tinha a melhor campanha na Copa Libertadores, mas caiu para o Once Caldas nas oitavas de final. O segundo semestre de 2011 foi desastroso. A Raposa quase acabou rebaixada no Campeonato Brasileiro. Nesse ano, Montillo marcou 21 gols com a camisa estrelada. A boa fase o levou à Seleção Argentina. Foi convocado para o Superclássico das Américas.


O ano de despedida foi o menos brilhante de Montillo. Marcou apenas oito gols. Mesmo assim foi eleito para a seleção do "Rei das Américas", tradicional premiação do jornal uruguaio El País. Na votação que escolheu os melhores jogadores do futebol sul-americano de 2012, o cruzeirense foi escolhido como o meio-campista pela esquerda.



Em janeiro de 2013, o Cruzeiro negociou o atleta argentino ao Santos por 10 milhões de euros, dos quais o clube celeste ficou com 6 milhões, relativos aos 60% sobre os quais tinha direito. Os outros 40% do atleta pertenciam a dois investidores. Montillo deixou o clube como ídolo.


Uma curiosidade da passagem de Montillo por Belo Horizonte foi o fato de ele não ter jogado no Mineirão com a camisa do Cruzeiro. O armador foi contratado logo depois de o Gigante da Pampulha ser fechado para obras e sua venda aconteceu a menos de um mês da reabertura do estádio. No período em que atuou com a camisa celeste, o meia entrou em campo na capital apenas no Independência. Nas partidas do Cruzeiro como mandante, ele jogou ainda em Sete Lagoas, Uberlândia, Ipatinga, Nova Serrana e Varginha. 


WALTER MONTILLO


NÚMEROS PELO CRUZEIRO

119 jogos oficiais e 3 amistosos
36 gols
36 assistências 


TEMPORADA 2010 

Campeonato Brasileiro
23 jogos e 7 gols


TEMPORADA 2011

Campeonato Mineiro
10 jogos e 6 gols

Campeonato Brasileiro
34 jogos e 12 gols

Copa Libertadores da América
7 jogos e 3 gols


TEMPORADA 2012

Campeonato Mineiro
11 jogos e 4 gols

Campeonato Brasileiro 
32 jogos e 4 gols

Copa do Brasil
2 jogos. Não fez gol





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